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A Voz de Trás-os-Montes – EKUI estima chegar a 10 mil famílias apenas na primeira produção

A associação Leque foi a impulsionadora do projeto EKUI, a primeira linha de material lúdico-didático em Portugal. O objetivo é proporcionar desde cedo uma aprendizagem conjunta a todas as crianças, “de forma fácil e equitativa”.

A Leque – Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Necessidades Especiais, com sede em Alfândega da Fé, tem conquistado miúdos e graúdos com o projeto EKUI – Equidade, Knowledge, Universalidade e Inclusão, a primeira linha de material lúdico-didático inclusivo em Portugal. Os criadores estimam que tenham acesso direto aos materiais mais de 10 mil famílias e profissionais, com a primeira produção e durante a fase de disseminação.
O primeiro produto da marca, “EKUI Cards”, é constituído por 26 cartas do alfabeto e inclui elementos como o grafema da letra e a letra manuscrita, letra em braille (visual e tátil), letra em dactilologia (alfabeto da Língua Gestual Portuguesa) e alfabeto fonético. Tem ainda associadas aplicações para computador, smartphone e tablet.
Segundo a mentora e também fundadora da Leque, Celmira Macedo, a ideia de desenvolver este material surgiu em 2003, quando ainda dava aulas de educação especial a alunos com autismo e limitações cognitivas. “Desde cedo o acesso à informação deve ser disponibilizado de forma fácil e equitativa a todas as crianças. Além disso, permite que, pela primeira vez, crianças com e sem deficiências aprendam de forma conjunta, no mesmo espaço físico e com o mesmo material”, explicou a criadora, acrescentando que o jogo é de fácil manuseamento e de leitura e interpretação imediatas, constituindo assim “uma boa ferramenta para a intervenção nas perturbações adquiridas da fala, linguagem e comunicação”.
O produto EKUI Cards foi apresentado ao mercado em abril de 2015, onde gerou grande interesse em famílias e professores. Desde setembro, está a ser aplicado como método de aprendizagem do alfabeto em 32 escolas de Vila Nova de Gaia, onde 51 professores estão a trabalhar com 700 alunos, no âmbito do projeto Gaia Aprende+. Em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) está ainda a ser desenvolvido um estudo científico sobre as vantagens e o impacto deste método na aprendizagem de cerca de 300 crianças, de 11 turmas, do 1º Ciclo do Ensino Básico.
“A possibilidade de associar uma componente lúdica e as novas tecnologias aos cartões no programa de educação aumenta a taxa de adesão à intervenção e contribui para o aumento da literacia e melhoria de sintomatologia depressiva, que se reflete num aumento da qualidade de vida da população à qual se destina”, sublinhou Celmira Macedo, evidenciando ainda que toda a receita deste produto reverte a favor de instituições sociais, sendo a Leque a principal beneficiária. O embalamento das caixas é operacionalizado na Oficina de Inclusão da Comunidade da associação Leque através dos utentes.
O projeto EKUI, resultante do apoio da Fundação EDP, Montepio, Missão Sorriso e do município de Alfândega da Fé, recebeu, no ano passado, o Selo ES+, que o distingue como uma iniciativa de Elevado Potencial de Empreendorismo Social.
Para o futuro, Celmira Macedo revelou que já estão a trabalhar no desenvolvimento de novas linhas do produto, tais como EKUI Colors e EKUI Animals. “Esperamos nos próximos anos ter acordos de cooperação com a Segurança Social e poder crescer a nível nacional e internacional”, concluiu.

A Leque é a impulsionadora do projeto

A associação Leque tem como missão “melhorar a qualidade de vida e o bem-estar físico e emocional de pessoas com necessidades especiais (deficiências ou incapacidades) e suas famílias”, tendo sido criada com base nas necessidades e interesses desta população.
Desde então, tem apostado na promoção da inclusão social deste grupo, através da formação para a diversidade, desde o contexto familiar à sociedade em geral, através de projetos inovadores e de empreendedorismo social.

Catarina Matias

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