O desafio à resiliência e à adesão e adaptação a este período é constante. A ANGÚSTIA passou a ser o sentimento comum face à incerteza. O vazio das ruas tornou-se avassalador. O medo da morte é real. Todos sentimos uma espécie de torpor, de incredulidade, de desrealização porque nenhum de nós viveu circunstâncias semelhantes.
Por vezes, sentimos que estamos dentro de um filme de ficção científica, mas os filmes têm sempre por inspiração a realidade. Tornou-se quase impossível não desviar o olhar dos números, da atualização da informação, das decisões tomadas, das medidas preventivas, do impacto que está a ter a todos os níveis nas nossas vidas. TUDO mudou e está a mudar todos os dias.
As semanas poderão ser meses. O isolamento poderá prolongar-se e manter a saúde mental será mais um desafio. As dinâmicas familiares alteraram-se, as rotinas do trabalho, da escola, dos rituais familiares e sociais estão em suspenso.
A ansiedade, a depressão, o pânico, as perturbações obsessivo-compulsivas, etc. poderão agudizar-se.
O que podemos fazer para manter a calma e simultaneamente permanecer adequadamente atentos?
1. Ouça os conselhos das autoridades de saúde, como DGS e OMS, para obter mais informações sobre os cuidados a ter.
2. Mantenha as coisas em perspetiva consultando fontes de informações equilibradas e baseadas em evidências, como a OMS e outras fontes credíveis. Lembre-se de que os gráficos na Internet ou os rumores nas redes sociais podem exagerar a ameaça real.
3. Se se sentir ansioso/a com as notícias ou a informação publicada nas redes sociais, limite a sua exposição.
4. Sentir medo é natural. Todos estamos assustados. No entanto, o medo é contagioso. Se estiver com medo ou se envolver em compras de pânico, as outras pessoas reagirão com medo também. Tente lidar com o surto de COVID-19 de maneira sensata e racional. Seja um exemplo de resiliência, solidariedade e empatia.
5. Lembre-se de que a crise atual passará e a vida irá retomar-se.
Ana Maria Medeiros
Psicóloga