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O Minho | Investigadora da Católica de Braga entre as melhores empreendedoras sociais do mundo

Celmira Macedo, empreendedora social, foi hoje premiada em Bilbau, Espanha, como uma das melhores do mundo na área do empreendedorismo e inovação social, trabalho que desenvolve desde 2003 e que resultou num novo método de ensino para crianças.

Denominado EKUI, trata-se de uma metodologia de aprendizagem multissensorial inclusiva que associa às letras do alfabeto, os seus sons e a forma de os produzir (alfabeto fonético), a língua gestual, os movimentos motores e o código Braille, refere comunicado.

Esta conjugação “ativa os diferentes canais sensoriais, que acionam em simultâneo, diferentes áreas do cérebro, tornando a aprendizagem mais eficaz e mais motivadora”, acrescenta o documento.

Presente em 320 localidades e 419 escolas do país, a EKUI – Equidade, Conhecimento (Knowledge em inglês), Universalidade e Inclusão – está sediada em Vila Nova de Gaia e nasceu do facto de Celmira Macedo “sempre ter combinado o trabalho como empreendedora social com a paixão pelo ensino”.

“Desde 2003, iniciou vários projetos para capacitar as crianças e as suas famílias, mas a sua contribuição para a mudança sistémica veio em 2015 com a EKUI”, lê-se no documento que anuncia o prémio da Ashoka hoje recebido no País Basco.

“Ser selecionada como Ashoka Fellow significa o reconhecimento de uma vida de muito trabalho, dedicação e muito foco. É como ter um selo de qualidade, credibilidade e validação como empreendedora social que desenvolve uma inovação social” disse, citada pelo documento.

Celmira Macedo é também investigadora no Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos da Universidade Católica de Braga, Doutorada em Educação Especial pela Universidade de Salamanca (2013) e Professora, formadora de formadores e palestrante (desde 1992).

A premiada nasceu em Angola e mudou-se para Portugal quando tinha 6 anos e “sofreu discriminação no seu ambiente e especialmente na escola porque veio da África”, tendo, desde então, desenvolvido a necessidade de lutar pela injustiça e defender os mais vulneráveis, razão pela qual durante a sua infância quis tornar-se advogada, relata o documento.

Devido aos “limitados recursos financeiros da sua família, não pôde estudar Direito”, acabando por tornar-se “uma professora apaixonadamente dedicada a ajudar crianças com necessidades educativas”, descreve a nota de imprensa.

Durante a sua carreira, fundou escolas de pais para os ajudar “a lidar com os seus filhos com deficiência, e costumava ser ela própria a tomar conta dos filhos para permitir que os pais tirassem férias e descansassem. Uma mulher de profunda empatia e criatividade”, assinala a nota de imprensa.

Celmira Macedo, lê-se ainda na descrição, reafirmou “a necessidade do seu trabalho quando teve um acidente vascular cerebral e durante algum tempo foi incapaz de comunicar verbalmente”, situação que a fez “perceber o que milhões de pessoas em todo o mundo sentem todos os dias e as suas frustrações”.

Apontando, como resultado do prémio, poder “estabelecer alianças para criar sinergias e escalar a EKUI internacionalmente”, a premiada disse ainda que “é quase incrível estar entre os melhores do mundo neste ecossistema”.

A Ashoka é uma organização fundada nos Estados Unidos em 1981. É referência na área do empreendedorismo e inovação social e atualmente conta com uma comunidade de mais de 3.600 empreendedores sociais em mais de 90 países.

Fonte:
https://ominho.pt/investigadora-da-catolica-de-braga-entre-as-melhores-empreendedoras-sociais-do-mundo/