Quem o afirma é o presidente da iniciativa pública nacional com o mesmo nome e que está agora a completar dois anos de estimulante existência. Os bons resultados alcançados, reflexo de “uma grande vitalidade no sector social”, demonstram também que Portugal tem uma “geração extraordinária de empreendedores sociais”. Em entrevista ao VER, Filipe Almeida traça o percurso da iniciativa e do contexto nacional “muito favorável” ao desenvolvimento de respostas inovadoras aos problemas sociais complexos que vivemos, arriscando afirmar que estamos a assistir “a uma mudança silenciosa de mentalidade que daqui a alguns anos não deixará nada no mesmo lugar onde hoje está”
Na actualidade, a expressão “emprendedorismo social”, apesar de já muito utilizada, nem sempre é facilmente perceptível para o público geral. Que retrato é possível fazer dos empreendedores sociais nacionais e dos objectivos que os movem?
Os empreendedores sociais são agentes de mudança social que buscam, com a sua acção, melhorar a vida de pessoas e comunidades, de forma sustentável, em geral recorrendo à criatividade e gerando soluções disruptivas, inclusivas, diferenciadas. Actuam habitualmente de forma individual ou em pequenos grupos. Temos actualmente em Portugal uma geração de empreendedores sociais extraordinária, altamente motivada para desenvolver projectos sociais inovadores de forma profissional, organizada, estratégica. O seu foco está sempre no problema social que pretendem solucionar, a sua ambição na universalização da solução, o seu método na construção de um projecto coerente e atractivo com vista à mobilização de investimento que o viabilize.
Pessoas como o Miguel Neiva (do projeto ColorADD), a Celmira Macedo (do projeto EKUI), o Johnson Semedo (da Academia do Johnson) o Hugo Aguiar (do projeto SPEAK) ou o grupo de jovens socialmente muito comprometidos da U.Dream são exemplos desta geração de empreendedores que, aliás, têm idades, qualificações e contextos socioculturais diferenciados. Enquanto actividade, o empreendedorismo social é, ou deveria ser, a expressão prática, organizada, ocupacional, de um altruísmo fundamental que, sem abdicar de si, inclui o Outro na equação das suas escolhas. Ele responde aos anseios de dar sentido à vida através da contribuição para melhorar a vida do Outro, mas do Outro mais vulnerável, mais indefeso perante as agressões do mundo. E essa comunidade inquieta está a crescer e consolidar um espaço de actuação em Portugal.
Fonte / Noticia Completa:
http://www.ver.pt/a-portugal-inovacao-social-da-sentido-e-direccao-ao-inconformismo/